Marcos Vianna
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Velocidade específica
Tá lembrado?
Nunca ouviu falar?
Tá bem! Vamos ver com calma o que é e para que serve!
O que é?
É um parâmetro utilizado especialmente em bombas e turbinas.
Dependendo do número que a gente encontrar, dá para saber se o rotor da máquina tem fluxo radial, axial ou misto.
Caso das bombas
No caso das bombas, ela é o resultado desta conta:
Veja que o resultado não é adimensional. Por isto, é importante utilizar as unidades a seguir:
N (rotação de máquina) em rotações por minuto (rpm)
Q vazão da máquina) em metros cúbicos por segundo (m³/s)
H altura a que a máquina se encontra submetida (altura manométrica), em metros de coluna d’água (m H2O)
Veja, na figura a seguir, qual é a relação entre a velocidade específica e o tipo de rotor (impelidor).
De modo geral, em nossas aplicações utilizamos bombas de rotor radial. Veja o caso a seguir, em que desejamos bombear 10 litros por segundo (ou seja: 0,010 m³/s) contra uma altura de 30 metros, utilizando uma bomba cuja rotação é igual a 3550 rpm.
O cálculo a ser feito é:
Trata-se, portanto, de um rotor de fluxo radial.
Embora seja menos comum, podemos lidar com bombas destinadas a grandes vazões contra pequenas alturas. São instalações típicas de sistemas de irrigação em que a água, conduzida em canais, é extraída para atender às áreas laterais que atravessa.
Veja este caso, em que desejamos bombear 100 litros por segundo (ou seja: 0,10 m³/s) contra uma altura de 3 metros, utilizando uma bomba cuja rotação é igual a 3550 rpm.
O cálculo a ser feito é:
Trata-se, portanto, de um rotor de fluxo axial.
Existem também situações intermediárias. Considere que que desejamos bombear 50 litros por segundo (ou seja: 0,050 m³/s) contra uma altura de 15 metros, utilizando uma bomba cuja rotação é igual a 3550 rpm.
O cálculo a ser feito é:
Trata-se, portanto, de um rotor de fluxo misto.
Caso das turbinas
No caso das turbinas, ela é o resultado desta conta:
Também neste caso, veja que o resultado não é adimensional. Por isto, é importante utilizar as unidades a seguir:
n (rotação de máquina) em rotações por segundo (rps)
Q vazão da máquina) em metros cúbicos por segundo (m³/s)
H altura a que a máquina se encontra submetida (altura útil), em metros de coluna d’água (m )
Veja, na figura a seguir, qual é a relação entre a velocidade específica e o tipo de rotor.
Veja o caso a seguir, em que desejamos turbinar 10 metros cúbicos que trabalha com uma altura útil de 20 metros, utilizando uma turbina cuja rotação é igual a 420 rpm (7 rps).
O cálculo a ser feito é:
Trata-se, portanto, de um rotor de fluxo axial (hélice).
Pra que mais serve a velocidade específica?
Além da utilidade apresentada acima - podemos conhecer o tipo de máquina que melhor se encaixa em nosso problema - a velocidade específica é muito útil para o estudo da cavitação em bombas.
Ele nos permite estimar o coeficiente de cavitação das bombas, com o qual podemos determinar o NPSH requerido e, dessa forma, evitar a ocorrência desse fenômeno nas estações elevatórias.
Mas isto é assunto para um texto específico deste blog!